O que o Diário do Noroeste havia antecipado se confirmou oficialmente ontem - Nivaldo Mazzin vai deixar a presidência do Atlético Clube Paranavaí (ACP) após seis anos no cargo. Ele assumiu em 2005 e tem na sua gestão o título inédito de campeão paranaense conquistado em 2007.
Mazzin ocupa o cargo hoje de forma interina - teve seu mandato prorrogado por mais um ano. Ele não sabe quando será a eleição, mas espera que o Conselho Deliberativo marque para os próximos dois meses.
Embora vá deixar a presidência, ele pretende continuar colaborando com o clube, como faz desde 2003. “Talvez lá na frente a gente possa voltar, mas agora não, tenho de dar a vez para outro”, afirmou Mazzin ao Diário do Noroeste.
Perguntado se perdeu a motivação, disse que não, apenas está querendo dar lugar para pessoas “com novas ideias, com sangue novo”. Mazzin confirma ser “desgastante” estar no cargo de presidente, mas destaca momentos de alegrias.
“Tem de haver mudanças e o clube é da cidade, não é meu. Já ia sair no ano passado, agora tenho outras ocupações”, afirmou, lembrando o fato de estar na presidência da Câmara Municipal de Vereadores. Acrescentou que assumir precisa ter disponibilidade de tempo e preparado para receber críticas. “O presidente do ACP é mais visado do que o vereador, mas a crítica não me atinge e não estou saindo por causa disso. Saio porque é necessário oxigenação no ACP, novas ideias”.
Nivaldo Mazzin diz que as contas do clube estão em melhores condições do que no passado - hoje o clube deve em torno de R$ 80 mil o que, segundo ele, é pouco em se tratando de um clube de futebol. Diz que o Vermelhinho precisa de maior envolvimento do torcedor e de maior aporte de patrocínio.
Mazzin afirmou que a cada ano está mais difícil promover o futebol profissional no interior, por isso cobra mais envolvimento do torcedor que, no caso do ACP, vem “abandonando” o time ano a ano.
O dinheiro do patrocínio da TV, segundo ele, é bom num primeiro momento, quando da formação do time, mas depois representa “o buraco” das equipes, isso porque no decorrer do campeonato a própria transmissão de jogos pela TV impede a presença de público no Estádio.
O presidente diz ainda que o Atlético Paranavaí está pagando “um alto preço” por ter sido campeão em 2007, não em aplicação de dinheiro, mas porque os torcedores ficaram mais exigentes e hoje não se contentam em ficar na 5ª ou 6ª posição. A cobrança é intensa nesse sentido, de estar brigando pelo título, diz Mazzin.
O presidente acrescenta que se não houver maior envolvimento em torno do clube, o Atlético Paranavaí terá problema em continuar existindo. “Temos de ser realista, o futuro do ACP é perigoso se não houver mudança de mentalidade, de envolvimento de pessoas, do torcedor voltar ao campo, ajudar mais. Em poucos anos vão falar que aqui já tivemos um grande time de futebol”.
Porém, Nivaldo Mazzin prefere falar da paixão em torno do Vermelhinho, campeão paranaense 2007, vice em 2003, das quedas para a segunda divisão, das dificuldades em buscar recursos, das vaias e aplausos da torcida. “O ACP tem uma importância muito grande, é o carro-chefe na divulgação da cidade. Todos sabem dessa importância, por isso ele vai continuar existindo, o ACP precisa se manter vivo”, afirma Mazzin, lembrando o fato de cidades como Londrina e Maringá estarem fora da primeira divisão e lutando para retornar à divisão de elite.
Fonte: www.diariodonoroeste.com.br
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