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Por Digão da Fiel*
Caro corintiano ou anti-corintiano, não se engane. Este texto não explicará o que é, de fato, ser torcedor do Alvinegro de Parque São Jorge. Como mais um louco do bando, não me acho capaz de fazê-lo. E desafio qualquer ser, do céu e da terra, humano ou não, a traduzir um sentimento tão delicioso em palavras. É impossível. O Coringão é maior que qualquer descrição que o limite.
Pode soar como clichê àqueles que não foram abençoados com o dom de torcer, gritar e chorar pelo time do povo, mas só quem é sabe o que é. Sabe como é ficar malditos 22 anos, 8 meses e 7 dias sem ganhar um título e ver a torcida crescer. Como é ver gremistas e colorados, eternos inimigos, unirem-se em prol do rebaixamento do Todo Poderoso. E, principalmente, como é nunca abandonar o manto alvinegro, independente da situação.
No 3 de dezembro de 2007, dia seguinte à queda para a Série B, acordei de míseras duas horas de sono ainda com as marcas do choro que parecia sem fim. Incontrolável e involuntário. A ficha de que trocaríamos a elite, onde estavam todos os nosso arquirrivais, por um ano jogando contra CRB, ABC, Criciúma e outros clubes de menor porte, havia caído.
Junto a ela, porém, veio o alívio. Sim, o alívio! Segundona? Qual o problema? Eu sou Corinthians. Isso é maior que qualquer coisa. Tristeza, sim, mas vergonha, jamais. Se o Timão jogar no inferno, a Fiel estará lá, apoiando até o fim. Seja Mundial de Clubes ou Taça Maria Quitéria, o que importa é que 11 homens estarão em campo ostentando um escudo que transborda tradições e glórias mil.
Eu queria que, por um segundo, os anti-corintianos sentissem o que nós sentimos a cada vez que eles nos dirigem ‘ofensas’ como ‘sem estádio’, ‘sem Libertadores’, ‘favelados’. É tudo tão irrelevante! Em maio, o Corinthians foi eliminado da ‘Libertadores do centenário’ em casa e prolongou seu jejum de títulos continentais. E daí? Quatro dias depois, voltou ao Pacaembu para pegar o Atlético-PR, pela estreia do Campeonato Brasileiro.
É lógico que a decepção aperta o peito em momentos como este, mas dura tão pouco que é praticamente imperceptível! No fundo, o Coringão nunca nos decepciona. Faça chuva ou sol, frio ou calor, na quarta à noite ou no domingo à tarde, sempre estaremos lá, reforçando que nunca o abandonaremos.
Toquinho um dia disse que o Corinthians é “uma religião que se vive de janeiro a janeiro”. Que me perdoe o genial poeta da música brasileira, mas é muito mais que isso. O encontro do corintiano com o seu time é diário. A toda hora, a todo minuto, a todo segundo. Ele respira Corinthians, para deixar mais alvinegros seu coração e seus pulmões. É vício incurável.Vida, história e amor.
Após 100 anos de uma trajetória vitoriosa, dos quais eu vivi 19 intensamente, a única coisa que tenho a fazer é agradecer. Obrigado, Antonio Pereira, Joaquim Ambrósio, Anselmo Correa, Rafael Perrone e Carlos da Silva, por terem fundado um dos motivos da minha existência. No futebol, assim como os outros 30 milhões de loucos, eu não vivo de títulos. Eu vivo de Corinthians.
http://br.esportes.yahoo.com/colunas/o-queser-corintiano-esportes-690.html#comments_bookmark
www.yahoo.com.br - 15/09/10
Se fosse eu que tivesse escrito este texto, não conseguiria exprimir o meu sentimento pelo timão com tanta riqueza de detalhes. Respeito a todos os outros torcedores, principalmente porque "penso" que o amor que eles sentem pelos seus clubes seja proporcional ao meu em relação ao Corinthians!!
“No futebol, assim como os outros 30 milhões de loucos, eu não vivo de títulos. Eu vivo de Corinthians.”
Se for com títulos e conquistas sem dúvida é melhor ainda, mas caso não seja, é apenas um mero detalhe!!
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