terça-feira, 10 de abril de 2012

Edenilson pede desculpas ao torcedor que se sentiu ofendido e responde as críticas


Golaço contra do torcedor que vai ao estádio para não torcer.

Peço desculpas ao torcedor, não apenas ao torcedor de forma generalizada, mas especificamente ao verdadeiro torcedor do ACP. Aquele que mesmo nos momentos difíceis que passamos durante o campeonato sempre esteve presente, cobrando, incentivando, mas dentro do limite do torcedor.

No domingo eu não saio para o lazer, eu saio para trabalhar, como faço todos os dias, com chuva ou com sol. Foi uma opção minha, eu sabia o quanto seria desgastante, mas o desgaste não é físico, porque foi uma profissão escolhida por mim, mas o maior desgaste é psicológico, principalmente nos momentos difíceis, como estes que passamos no ACP.

Gostaria de saber se a sociedade acha normal, qualquer outro profissional ser xingado durante a execução do seu trabalho. Onde e quem deu direito de que o atleta deva ser xingado durante o seu trabalho e o tempo todo?

Você torcedor, na sua profissão e no período do seu trabalho gosta ou aceitaria de ser ofendido o tempo todo?

Algumas profissões não têm 100% de êxito no seu trabalho, como exemplo o próprio profissional do direito. Será que ao perder uma de suas ações, porque é humanamente impossível que este profissional ganhe todas, que ao perder esta ação, o seu cliente, terá o direito de sentar-se na porta do seu escritório e começar a xingá-lo?

Ressaltando que este cliente que perdeu a ação ainda paga pelos seus serviços.

Também da mesma forma, para o vereador. Eu votei na minha cidade e até hoje, infelizmente digo isso com muita frustração, nunca vi nenhum projeto de relevância que ele tenha feito não que tenha que ser algo de relevância para mim, mas para a comunidade, e a minha resposta será não votar nele da próxima eleição e eu não vou xingá-lo na porta da câmera de vereadores.

Eu atleta posso ser xingado e crucificado por ter expressado o meu desabafo? Porque dizem ser algo cultural? Que é o espaço onde as pessoas podem extravasar as suas frustrações diárias? Quem garantiu este direito ao torcedor?

Assumo que errei e volto a pedir desculpas porque ofendi crianças, senhoras, jovens, idosos, porém no meio de crianças, mulheres, jovens e idosos alguns entres estes também me ofenderam.

Porque o meu desabafo? Porque não conseguia entender o porquê de tanta ofensa, justamente no momento em que confirmávamos a nossa saída da zona de rebaixamento, onde passamos 14 rodadas com risco. Situação criada por nós, mas não por nossa vontade, mas por vários fatores e ninguém mais que o nosso grupo estava sofrendo por este momento difícil.

É desnecessário dizer que ninguém inicia um trabalho com o intuito de ser perdedor, nós mesmos buscávamos as respostas, porque a nossa parte era feita, treinamos e seguimos todas as determinações e quando entrávamos em campo a nossa vontade sempre foi de vencer.

A diretoria conseguiu a tempo ajustar o que não estava dando certo e a tempo conseguimos reverter este risco de rebaixamento.

Então porque o tempo todo havia alguns torcedores xingando? Quando fiz o segundo gol no jogo, senti uma mágoa muito grande e de forma errada expressei com gesto obsceno, o que gerou muitas críticas, mas insisto que não posso concordar que o fato do torcedor pagar o seu ingresso lhe dê o direito de vir ofender a nós atletas e comissão técnica, durante a realização do nosso trabalho.

Caro, Dr. Fabio Franco e torcedor do ACP, respeito a sua opinião, porém doutor, o senhor como representante do direito, se coloque no meu lugar (se for possível). Como o senhor agiria se fosse ofendido por um dos seus clientes durante uma insatisfação dele?

Sinto-me punido por mim mesmo porque imediatamente após esfriar a cabeça reconheci o meu erro, tanto que logo após o jogo pedi desculpas através dos veículos de comunicação presente na sala de imprensa do ACP. Pedi desculpas ao verdadeiro torcedor do ACP.

Durante a entrevista falei que tinha alguns torcedores xingando que só poderia ser torcedor do Rio Branco, porque seria a única explicação, porque não poderia ser torcedor do ACP, já que estávamos ganhando de 02 x 00. Foi isso que eu quis dizer quando me referi ao torcedor do Rio Branco. Jamais pensei em chamar o torcedor do ACP de idiota.

O atleta não tem como individualizar o torcedor, mas o torcedor tem como individualizar o atleta?

Faço questão que o torcedor saiba e neste momento é para todos os torcedores do ACP que eu me senti ofendido e não foi apenas neste jogo, têm sido já ha alguns jogos e nem por isso reagi porque naqueles outros momentos eu profissional e atleta, sentia em débito com o torcedor, porém especificamente neste jogo, nós estávamos ganhando e nem por isso fui poupado. Onde está o meu direito de trabalhador? Não deixando de lembrar que estava trabalhando no domingo e para o torcedor era lazer?

A torcida é passional e hoje está me cobrando porque sabe do meu potencial, ainda tem na memória a conquista de 2007. Este ano não rendi o que poderia eu sei, mas vou fazer sempre parte da história do clube, tanto que sou o maior artilheiro do clube.

Na sua carta doutor o senhor diz: “O torcedor estava no direito dele. Pagou o ingresso. Pode gostar ou não do espetáculo e do desempenho de qualquer jogador.”
Doutor, o senhor representa o direito em Paranavaí, me diga então onde está o meu direito? Porque eu insisto, estava realizando o meu trabalho e se o senhor aceitaria que fosse com o senhor?

No final da sua frase o senhor diz: “Pode gostar ou não do espetáculo" e então não seria mais simples levantar-se e ir embora? Porque é assim que eu faço quando compro ingresso, vou ao cinema ou ao teatro. Não gosto, levanto-me e vou embora sem xingar e nem ofender ninguém.

Edenilson Valenzuela

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