O time de futebol profissional de Paranavaí completa 65 anos de existência nesta segunda-feira. Surgiu como time amador em 16 de março de 1946, quando Paranavaí nem existia com esse nome. Era apenas a Fazenda Brasileira. E o time nem era ACP. O nome Paranavaí surgiu no ano seguinte, em 1947. O time da “Fazenda” era “Foot-Ball Club” e nem usava fardamento vermelho, mas sim azul e às vezes branco com uma faixa preta em diagonal igual à do Vasco da Gama do Rio e Ponte Preta de Campinas.
Foi com essas cores que recebeu o América do Rio de Janeiro, que já adotava o fardamento vermelho. A partir daí, por sugestão das lideranças locais, amigas dos dirigentes do América, através da companhia colonizadora, o uniforme passou a ser vermelho. O agrimensor Ulisses Faria Bandeira, torcedor ferrenho do Atlético de Curitiba, sugeriu a mudança também do nome e em vez de “Paranavaí Foot-Ball Club” passou a ser Atlético Clube Paranavaí. A partir de 1960 tornou-se time profissional para disputar o Campeonato Paranaense.
O sapateiro Natal Francisco tomou a iniciativa de criar o time de futebol. Veio de Presidente Prudente-SP em 1944, com 39 anos, acompanhado de um irmão, para conhecer a Gleba Paranavaí que estava em projeto, e diante das boas perspectivas de desenvolvimento da região, retornou ao vizinho Estado para buscar a família e se instalou aqui. O relato é dele mesmo, publicado na edição do Diário do Noroeste em 14 de dezembro de 1977.
Aos poucos, foi nascendo entre as lideranças locais que gostavam do esporte, vindas de outras regiões, o desejo de formar um time. Essas lideranças, com Natal Francisco à frente, foram até a Inspetoria de Terras, que representava o Governo do Estado e responsável pela administração, e pediu a intervenção do inspetor Hugo Doubeck para a doação de um terreno, por parte da Companhia de Terras, onde pudesse ser construído um campo. Com ele estavam Otacílio Egger, Durvalino Moreira, Zé do Bar, Dario de Assis Machado (que veio para Paranavaí em 1945 para trabalhar como coletor estadual – chefe da Receita – e depois foi vereador), Carlinhos Faber, Henrique Faber, José Ebiner. O governador Moisés Lupion concordou com a doação do terreno, mas a escritura definitiva só foi entregue ao ACP pelo governador Ney Braga (1962-1966), graças ao empenho do Waldemiro Wagner, relatou ontem ao DN o presidente da época, Ephrain Marques Machado. Em fins dos anos 70 o Estádio, que recebeu o nome de Natal Francisco, deu lugar à Praça dos Pioneiros.
O primeiro time foi formado por Natal Francisco, que era o “dono” e o técnico. Os jogadores eram Ulisses Faria Bandeira (segundo prefeito de Paranavaí), Antonio Francisco, Osvaldo (Lolo) Francisco, Luiz Ortega Mora, Roberto Ortega Mora, Mário Sperandio, Anezio Fracarolli, Heinz Jacobsen, Sérgio Fracarolli, Carlos Fáber Filho e o goleiro Diamante.
Em 1960 o ACP tornou-se profissional para disputar o Campeonato Paranaense, e a diretoria, comandada por Waldemiro Wagner, contratou jogadores como Ranulfo (também foi o técnico) que passou pelo S. Paulo FC e Seleção Brasileira na década de 50, e que jogou ao lado de Pelé no Noroeste de Bauru, além de Periquito, João Preto, Delciro, Décio, Pedrinho e Ayala, mesclados com pratas da casa como o goleiro Carioca, Lauro Machado, Polaco (Sport Santa Cruz), Lambretta (que chegou a desembargador em Mato Grosso do Sul) e Osvaldo Madalozzo (primo da família Bogoni, que morava em Planaltina do Paraná, cujo irmão (Osvaldo) era vereador em Paranavaí, e atualmente mora em Erechin-RS).
Em sua história o ACP inclui algumas conquistas importantes como o título de campeão da 2ª Divisão do Campeonato Paranaense em 1967, em 1983 e 1992; vice-campeão estadual em 2003 (decisão com o Coritiba, com resultados de 2x0 contra e empate de 2x2) e campeão estadual em 2007 (título decidido com o Paraná Clube, a quem venceu por 1x0 em Paranavaí e empatou em Curitiba em 0x0, superando todas as dificuldades que normalmente os cartolas curitibanos impõem aos times do interior).
TODOS OS PRESIDENTES DO ACP
Desde o início, o ACP teve como presidentes Natal Francisco, Otacilio Egger, Assahias (Geraldo) Felippe, Waldemiro Wagner, Claudino Dal Prá, Francisco Alves de Oliveira, Antonio Cunha Vasconcelos (Vasco), Manoel Kirchner, Valdir Niehues, Joaquim Castela, Ephrain Marques Machado (que recebeu o título definitivo do terreno do Estádio Natal Francisco), Hermeto Botelho, Euclides Barnett, Odair Alves Pereira, José Vaz de Carvalho, César Francisco Borin, Antonio Plácido (Nico) Vendramin, Luiz Tadeu (Noti) Fernandes, Antonio Carlos Dato, Antonio Figueiredo de Oliveira, Lourival Furquin, José Anchieta Moraes, Edson (Salomão) Felippe, que assumiu como interventor em 2001. Em outubro de 2005 foi eleito e assumiu Nivaldo Mazzin, que ainda é o atual presidente do ACP.
Fonte: www.diariodonoroeste.com.br
Um dos motivos de orgulho do interior do Paraná e do torcedor Paranavaiense, mesmo com todas as dificuldades financeiras ano a ano, ainda consegue se manter com as suas características de clube da cidade, sendo mantida com recursos na grande maioria de parceiros da cidade.
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